segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Olhar para ver




"Sábado, 28 de Agosto, 10,25h. Começo a minha caminhada, este ano pouco frequente, e talvez por isso, olho para ver tudo (ou quase) o que me rodeia.
À minha esquerda o sol acompanha-me no seu reflexo dourado neste espelho de prata, que a água formou sobre a areia branca no seu vai e vem de maré cheia.
Ao longo da praia procuram-se espaços, abrem-se chapéus, as crianças brincam, os adultos passeiam.
À minha frente vai um casal de mãos dadas, com boné e óculos de sol, salpicando a água a cada passada. Já os conheço, há muitos anos, nas suas caminhadas.
Deixo-os para trás. A areia está agora matizada do verde de pequenas algas que passaram além das rochas aveludadas e perfumam suavemente o ambiente.
Um grupo de crianças prepara-se para a sua aula de surf. Um jovem casalinho passa por mim e eu penso se daqui a 30 anos também eles continuarão a fazer aqui o seu passeio.
Junto às rochas que entram pelo mar e me convidam a uma pequena escalada, está um "canixe" que ladra e desafia o seu dono para a brincadeira.
Páro um pouco vendo o rebentar das ondas que ali é mais branco, sentindoo cheiro inigualável do mar e ouvindo a música que não pára nunca.
Volto para trás. Cruzo-me com o casal meu conhecido que sorri ao ver-me passar. Os miúdos do surf estão agora na água. Os pais fotografam. Na linha do horizonte dois barcos aguardam a sua entrada no porto. Mais duas escolas de surf chegaram e entram na água dando mais colorido e beleza a esta tão linda praia que entretanto se encheu.
São 11h e 11m. Levei mais 26 m a fazer hoje a minha caminhada.
Agora vou tomar o meu banho, sentir aquele arrepiozinho... e deslizar um pouco nesta água azul e cristalina, com cheiro e som que só o mar nos pode dar."

(Conseguiram acompanhar-me, só por um instante?)

Amiga das amigas
Cacilda