sexta-feira, 13 de agosto de 2010





Há muitos anos (falar assim é um direito que já adquiri...) havia no quintal da minha avó um cágado de carapaça castanha muito escura e baça do pó da terra dos canteiros onde ele passava muito tempo, quem sabe se para se esconder de mim...
A nossa relação era um verdadeiro jogo de paciências. Eu sentia uma enorme vontade de segurar nas suas patinhas e passar-lhe a mão pela cabeça como costumava fazer ao cão pachorrento, a quem o meu tio deu o nome de "Fiel".
Também o meu amigo cágado, sem nome, era muito pachorrento no seu andar mas muito rápido na sua defesa, pois ao escapar-se entre os meus dedos refugiava-se na sua carapaça impenetrável como se de uma fortaleza se tratasse. Durante alguns momentos eu ficava de sentinela, e quando ele muito lentamente e a medo começava a estender as patinhas, eu voltava a tentar agarrá-lo mas sem sucesso.
Um dia, fora do meu olhar, o meu amigo dirigia-se a um canteiro e não dava mais vista. Nos primeiros dias procurava-o em vão. Sentia a sua falta, pois ainda hoje acredito que na verdade comunicávamos em silêncio.
Enterrava-se nas flores onde passava o Inverno para acordar na Primavera seguinte. E nesse acordar o nosso jogo recomeçava repetindo-se passo por passo. Ele saía sempre vencedor. Era o meu herói !
Ocorreu-me esta imagem do passado quando hoje entrei no AEIOU depois de uma grande ausência.
Na verdade, por alguns desarranjos provocados no meu sistema informático, não tenho tido a oportunidade e o prazer de vir até aqui dizer "Olá !"
À entrada não está escrito, mas a avaliar pelo silêncio que aqui se faz sentir dá para ler: "Encerrado para Férias".
Aproveito para desejar a todas as amigas umas férias muito felizes e cheias de imaginação !!!
Para as amigas BIBA, ANA, DEOLINDA e MARINA, que recentemente festejaram o seu aniversário, eu quero deixar uma flor e desejar-lhes muitos anos plenos de saúde, paz e alegria.
Para todas um grande xi-coração.
da Cila