domingo, 30 de novembro de 2008

O meu primeiro dia de escola


Do meu primeiro dia de escola ainda guardo algumas lembranças.

Pela data do meu nascimento, sei que decorria o ano de 1955.
Era Segunda-Feira , talvez a primeira de Outubro…?

De bata branca e um laço de fita branca a prender-
-me o cabelo , lá fui pela mão da minha mãe até à porta da escola.
Já lá estavam muitas meninas, quase todas vestidas como eu.

Na mão, levava uma pequena sacola de riscas, feita do que sobrou do tecido de lona que o meu pai guardara, quando reparou na sua oficina uma velha cadeira de praia.
Lá dentro, guardava uma sebenta, um lápis de bico bem afiado, uma borracha, um apara
-lápis, giz e uma pedra de ardósia com caixilho em madeira, que a minha mãe passou a esfregar frequentemente com a escova do soalho, para não a deixar encardir.
A propósito de sebenta, lembram-se ainda do que queria dizer“Sebenta”?
Para quem já esqueceu, aqui fica: “ Salazar é burro e não tem albarda”.

Mas continuando, a D. Maria Custódia juntou o grupo à porta, e ao toque da sineta, conduziu-nos a uma sala do 1º andar.

A professora, também de bata branca, que aguardava a nossa chegada, começou por nos atribuir o lugar de acordo com a nossa altura.
As mais altas e sem diculdades visuais, nas carteiras do fundo, as outras nas da frente.
Como as minhas pernas ainda não tinham começado a esticar, fiquei pelo grupo das mais baixinhas, e assim me vi sentada na segunda carteira da fila junto às janelas, lugar que conservei até ao fim.

Com muita pena minha, deste dia nada mais resta na minha memória.

Bem hajam,

doremi