domingo, 21 de fevereiro de 2010


Caras amigas,
Este ilustre cavalheiro chama-se AMILCARE PONCHIELLI, e foi um grande compositor Italiano do século dezanove. Na sua vasta obra fui encontrar
LA DANZA DE LAS HORAS,
que é nada mais nada menos, que o belíssimo tema que estamos a ouvir.
DISFRUTEM-NO porque vale a pena!!!


Beijinho
Cila

Nos bastidores do Carnaval

A azáfama era imensa. Os participantes e alguns ajudantes esforçavam-se para que nada faltasse.
-Quem tem um alfinete? e a vozinha infantil - as calças estão largas...
Aquele espaço tão cheio de cor ia ficando vazio enquanto uma voz forte e clara ia chamando:
- Carro, biquinis, vestidos, baianas, - e os adereços lá iam sendo entregues aos seus utilizadores.
Tudo estava pronto. Era patente o desalento daquela gente que durante 45 dias trabalhou arduamente para estes 3 dias tão especiais.
Pela minha memória passou então um Carnaval longínquo...

Estava junto ao Castelo, o corso tinha acabado. Como sempre tinha percorrido o recinto espalhando brilhantes e fitas e participando na batalha de flores (ou de sacos de serradura) na Praça dos Correios.
Aquela gente que agora subia a rua dirigia-se para o baile da Esplanada. Iam aos grupinhos usando as fatiotas da época.

À noite uns amigos convidaram-me para ir ao baile. E lá fui eu. Vestia uma sainha evasé, de feltro castanho escuro, bem acima do joelho, e um casaco canelado, cor de laranja, que deixava ver os folhos da blusa de cambraia branca. Não parei na cadeira... "dança comigo?" O grupo musical tocava uma rapsódia de música popular:
......Oooooliveirinha da serra, o vento leva a flor...
......Aaaaalecrim, alecrim doirado, que nasce no campo, sem ser semeado...
......O raspa, o raspa, o raspa,....
ao que se seguia:
......Receba as flores que eu lhe dou, e em cada flor um beijo meu...
E as músicas eram cantadas em uníssono pelo vocalista e por nós.

Alguns dias depois li numa revista brasileira a representação dos três dias de Carnaval:
Numa sala entra pela janela uma linda ave que rodopia e canta espalhando alegria. No segundo quadro ela já cansada continua hilariante e no terceiro quadro ela parte, pela mesma janela, deixando um rasto de tristeza e um vazio imenso.
E eu, que nem apreciava banda desenhada, percebi tão bem aquela mensagem.

A voz do segurança despertou-me: - Agora!... e os foliões param no limiar da porta de vidro. Respiram fundo, contêm uma lágrima e de cabeça erguida lá vão ocupar o seu lugar no corso. E quando o último sai, eu ponho o capuz do meu Kispo branco sobre a cabeça, tiro a máquina fotográfica e vou com eles...

Volta, linda ave doirada, de bico vermelho. Nós esperamos por ti no próximo Carnaval.