
A UM LIVRO
No silêncio de cinzas do meu Ser
Agita-se uma sombra de cipreste,
Sombra roubada ao livro que ando a ler,
A esse livro de mágoas que me deste.
Estranho livro aquele que escreveste,
Artista da saudade e do sofrer!
Estranho livro aquele em que puseste
Tudo o que eu sinto, sem poder dizer!
Leio-o, e folheio, assim, toda a minh’alma!
O livro que me deste é meu, e salma
As orações que choro e rio e canto! ...
Poeta igual a mim, ai que me dera
Dizer o que tu dizes! ... Quem soubera
Velar a minha Dor desse teu manto! ...
3 comentários:
Ola´Paulinha
Também gosto muito da Florbela Espanca e mais ainda quando tem como música de fundo o "La vie en
rose" que adoro.
Obrigada e beijinhos.
Mimidadinha Ui-ui
Obrigada Paulinha
Também gosto muito deste soneto. Mas nem de tudo o que a Florbela nos deixou eu gosto, estou a referir-me àqueles poemas que evocam muito a morte e o cemitério, esses deixam-me muito deprimida.
Ainda bem que gostaram do tema musical, pois foi escolhido a pensar na leitura do poema.
Beijinho
Cila
Olá,Paulinha,obrigada pela postagem,é sem dúvida uma excelente poetiza da minha preferencia. Nunca me canso de ler.Obrigada e beijinhos.Zézinha C.
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