sexta-feira, 24 de abril de 2009



ABRIL DE SIM ABRIL DE NÂO

Eu vi Abril por fora e Abril por dentro
vi o Abril que foi e Abril de agora
Eu vi Abril em festa e Abril lamento
Abril como quem ri como quem chora

Eu vi chorar Abril e Abril partir
vi o Abril de sim e Abril de não
Abril que já não é Abril por vir
e como tudo o mais contradição

Vi o Abril que ganha e Abril que perde
Abril que foi Abril e que não foi
Eu vi Abril de ser e de não ser

Abril de Abril vestido (Abril tão verde)
Abril de Abril despido (Abril que dói
Abril já feito. E ainda por fazer

Poema: Manuel Alegre




3 comentários:

Unknown disse...

Olha Paulinha, nessa altura, eu daria ao poema outro título: "Abril Sim , Marchas Militares Não!".

Porque quando se deu a revolução dos cravos eu estava grávida de pouco tempo, e nessa fase ficava enjoada por tudo e por nada. Na verdade eu não enjoei a revolução, mas enjoei a marcha dos comunicados!
E enquanto toda a gente se concentrava para ouvir o que se estava a passar no país, eu mal a marchinha começava, corria para a casa de banho para chamar pelo "Gregório".
É uma forma diferente de recordar a revolução!

bjs
Cila

HORIZONTE disse...

Cila eu sabia que as grávidas enjoavam aos cheiros, agora às músicas...essa tua filhota pelos vistos deu que fazer, nem conseguias cantar " Grândola vila morena" . Já temos mais algo em comum , eu também andava grávida mas...gritei pouco pelo gregório.
No dia 24 de Abril de 1974 levantei-me para ir trabalhar mas antes passei pelo laboratório de análises a entregar a anàlise de confirmação de gravidez. No 1º de Maio fui para a manifestação festejar a Liberdade e sensação de ir ser mãe, o que aconteceu em 12-12 desse ano.
Beijinhos Paulinha

Unknown disse...

12 do 12? Que engraçado!
Eu guardei-me para uma semana mais tarde! 19 do 12.
Por pouco tinhamos as filhas no mesmo dia.

Bjs
cila